quarta-feira, 9 de novembro de 2011

DOIS POEMAS E SEIS ARTES.

Degraus
Assim como a flor seca e a juventude
Se esvai, florescem as fases da vida,
Toda sabedoria e virtude
A seu tempo, sem ter de ser eternas.
Deve-se estar pronto pra despedida
E novo início, sempre ao chamado
Da vida e sem o medo que consterna
Com coragem criar sempre outros laços.
Cada começo traz magia ao lado,
que nos protege e guia nossos passos.


Atravessemos com serenidade
Lugares, sem ali fixar raiz,
O espírito do mundo assim nos diz,
E eleva, degraus rumo à liberdade.
Mal nos acostumamos a um convívio,
Ali uma dormência já ameaça,
Só quem parte em viagem pode alívio
Achar contra a rotina que embaça.


Talvez mesmo a morte que nos persegue
Nos leve a novos espaços ainda,
O chamado da vida em nós não finda…
Despede-te assim, coração, e segue!
Hermann Hesse (Tradução: Aldo Medeiros).  






Artes de Eduardo de Mendonça Marinho

Carona

uma cantora que é atriz
me ofereceu um carona
e eu soube que ela coleciona
altos e baixos e é feliz

contou que atravessou paisagens
passagem que era só de ida
e foi juntando na viagem
os surtos e sortes da vida

coração gravidade zero
romances que nem ela entende
às vezes letra de bolero
às vezes sutil happy-end

quem sabe elea vai ao encontro
daquilo que há tempos lhe chama?
a estrada, o vento, o palco, o ponto
de um texto que ela mesma trama

e ela me levou até Copa
sem avançar nenhum sinal
que bom é quando a gente topa
com uma pessoa legal

Aldo Medeiros

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